segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ATAVERMELHA - A FORÇA REPRESSIVA JAMAIS SUBSTITUIRÁ O PODER DO VOTO - POR MARCOS BENEDITO


Na década de 80, ainda vivíamos o final do regime da ditadura no Brasil.

Éramos perseguidos, ameaçado, aprisionados e torturados. 

Lembro-me de um episódio que marcou muito a minha adolescência revolucionária, nesta época eu militava numa corrente trotskista e participava do grupo de banco do Itaú.

Numa das minhas idas ao sindicato, senti um clima meio pesado, estávamos em plena campanha salarial, desenvolvíamos várias ações com o objetivo de mobilizar a categoria bancária.

Naquela tarde, percorri os corredores do sindicato, falei com vários dirigentes.

Peguei muitas informações e me preparei para as ações que aconteceriam naquela mesma noite.

Retornei ao trabalho.

Não passou meia hora, chegou a notícia. A Polícia Federal, comandada por Murilo Macedo, havia invadido o prédio e prendido todas as pessoas que estavam lá dentro.

Respirei fundo e como um alucinado, tentei contatar as pessoas para obter informações sobre o sequestro cometido pela repressão. 

Foram dois anos de intervenção. 

Meses de resistência, rodando e distribuindo a Folha Bancária, organizando paralisações, realizando  reuniões clandestinas.

Estes e outros fatos moldam a minha militância.

São fatos como estes que nos tornam solidários e fraternos.

Aquela luta nos deu a vitória, nossos companheiros e companheiras foram soltos e recebidos como heróis, a campanha eleitoral foi exitosa. O sindicato se fortaleceu e a nossa categoria cresceu vertiginosamente.

Os nossos direitos nos eram arrancados pela força e pela violência, mas, com tudo isso, aprendemos a valorizar a democracia e hoje podemos dizer com toda a tranquilidade: nós não temos medo das urnas, pois aprendemos que numa democracia o poder do voto é muito mais poderoso do que o poder de qualquer arma de fogo.

Para nós que enfrentamos a ditadura e as armas da repressão, não há nenhuma razão para temermos as urnas, pois o voto é um instrumento muito mais eficaz que as canhões da ditadura, pois através do voto damos a oportunidade para que as pessoas escolham os seus representantes democraticamente, O voto faz com que prevaleça à força das ideias e não a ideia da força.

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

  

 

 

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